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terça-feira, 13 de julho de 2010

Catadores denunciam abusos em cooperativa

Notícia publicada na edição de 13/07/2010 do Jornal Cruzeiro do Sul,

O administrador nega fraude e alega a exclusão dos cooperados por mau comportamento
Catadores de recicláveis que foram excluídos da cooperativa Ecoeso, passaram a manhã de 2ª feira (12) em frente ao galpão da cooperativa, na avenida Brasil, como forma de reivindicação. Os trabalhadores pedem a saída do atual administrador, Dácio Diniz, e denunciam diversas irregularidades na administração como: desvio de dinheiro, repasse incorreto de verba e abuso de poder. “Faltava pagamento. Fazíamos R$ 1 mil e ele nos dava R$ 200 e ainda descontava comida, gás...”, contou a ex-cooperada Sueli Luíza de Oliveira, que na manhã de ontem, junto com os parceiros, Laiane Nascimento Pimentel, Andréia Maria da Silva, Creuza Engles Mendes, Maria de Lourdes Santos e Clóvis Pereira, ocuparam um dos galpões, à espera do administrador.


Enquanto a equipe de reportagem esteve no local, Diniz não apareceu mas falou com a reportagem por telefone. O administrador negou qualquer tipo de fraude e alegou que a exclusão dos cooperados deu-se por motivos de mau comportamento. “Eles vendiam materiais sem meu conhecimento, ficavam devendo telefone e não vou reintegrá-los de jeito nenhum”, posicionou-se Diniz, que não se negou a mostrar documentos que, segundo disse, comprovam sua honestidade.

Para a reportagem, os ex-cooperados contaram que irão trabalhar hoje. A intenção é, logo pela manhã, chegar ao galpão, retirar o que não é deles e está lá e trabalhar como anteriormente. Informado sobre a intenção dos trabalhadores Diniz foi enfático e disse que, se preciso for, não abrirá o galpão para que não haja possibilidade de eles entrarem.


Trabalho autônomo


A maioria dos trabalhadores excluídos está desligada da cooperativa desde meados de maio. Como explicaram, por terem se manifestado contra a administração acabaram acendendo a revolta de Diniz. Nesse tempo, contaram que o galpão permaneceu por um tempo fechado. Questionado, Diniz afirmou o fato e contou que os trabalhadores fizeram “um Carnaval” em frente ao local, que teve a presença até da Guarda Municipal. Ontem, um grupo de cooperados trabalhava. Segundo os ex-cooperados, todos novos no local. Sem a verba que poderia chegar até 3 salários mínimos, os trabalhadores agora realizam o trabalho de forma autônoma, sem o mesmo potencial de ganhos.


Como contou Creuza Engles Mendes, está empurrando carrinho na ruas com a companhia do filho de 1 ano e 3 meses. Ele, reforçou, é um dos grandes motivos para querer voltar à cooperativa, já que precisa ter dinheiro o suficiente para mantê-lo. Mas para tanto, adiantou, é preciso que mude de administrador. Segundo ela, chegou a ganhar R$ 50 por um trabalho que valia R$ 600. “Nós somos pobres, temos que trabalhar”, falou Laiane Nascimento Pimentel, atualmente com 17 anos mas que entrou na cooperativa aos 16 anos. Segundo a prefeitura, é proibido manter cooperados menores de idade.


Prestação de contas


A Secretaria de Parcerias de Sorocaba (Separ), por meio de sua assessoria de imprensa esclareceu que não tinha conhecimento das denúncias feitas pelos cooperados e, devido a este acontecimento, o presidente da cooperativa será convocado pela Separ para prestar esclarecimentos. Como explicaram, a escolha do administrador de uma cooperativa de reciclagem é escolhido pelos próprios cooperados, por meio de assembleia. Cabe ao administrador prestar contas tanto ao cooperado quanto à Prefeitura. passando relatórios bimestrais das produções. Quanto às questões administrativas ou mesmo dos cooperados, são de responsabilidade da própria cooperativa de reciclagem.


Atualmente, a Cooperativa de Reciclagem de Sorocaba (Coreso) atende as residências dos bairros do Cerrado, Zona Norte e Além Ponte. A Catares recolhe o material da região central e Campolim. As residências da região do Aeroporto, Vila Angélica, Vila Carvalho e imediações, são atendidas pelos catadores da Ecoeso. A Reviver atende as casas do Iguatemi, Santa Rosália, Vila Progresso, Paço Municipal e imediações.

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